Isso é um vexame para a nossa INSTITUIÇÃO!", exclamou certo líder evangélico, assombrado com os últimos e escandalosos acontecimentos de repercussão nacional.


Penso que o grande problema conosco é esse sentimento patológico pela instituição, essa CNPJolatria insensata, esse denominacionalismo obstinado, essa fidelidade convencional e institucional inescrupulosa, esse corporativismo incondicional que dá arrepios em fariseus hipócritas e em senadores corruptos.

Quando o nosso compromisso com o Evangelho, e com o Senhor do Evangelho está em segundo ou terceiro plano, o que nos resta é chorar e amargurar nossas misérias, mazelas e escândalos.Palavras, gestos e atos que expressam vergonha e constrangimento, mas que não geram arrependimento, tristeza, mudança de atitude e transformação, não passam de meras representações teatrais e hollywoodianas.Estamos cheios de verdadeiros artistas, pregando, profetizando, presidindo, cantando, tocando, vivendo mediocrimente e institucionalmente, não experienciando a verdadeira vida, dirigida, sustentada e alimentada pela Palavra, manifesta numa consciência tranquila, num coração em paz com Deus.

As instituições estão falindo (ou falidas), quebrando (ou quebradas), rachando (ou rachadas), desmoronando (ou desmoronadas) e naufragando (ou naufragadas).Essa atual roupagem institucional secular e mundana não pode vestir a noiva do cordeiro, pois não são vestes de santidade, de justiça, brancas, limpas, puras. A roupagem institucional está maculada, suja e impura. Está cheia dos ácaros da ganância, da maldade, do engano, da fome incontrolável por controle, do desejo desesperado de poder, do pensamento obstinado de "ser" sem "fazer", só para dizer que "é", quando não verdade não "é", e sim "está", pois breve passará como um vapor, breve secará com uma folha caída, e aí, não haverá mais tempo nem forças para empreender naquilo que é bom, perfeito e agradável, que se perpetua para o louvor e a glória de Deus.O que está podre e fétido em breve será amputado.

O que está infrutífero será cortado. A palha será queimada. As instituições humanas identificadas por placas, credos e confissões desaparecerão. Não escrevo aqui ou prego sobre o fim das instituições, convenções ou denominações, mas, apenas relato fatos sobre a autodestruição das mesmas.Se alguém, por eloquente, profundo e hábil na escrita que seja, deseja refutar-me, que o faça. Se não, junte-se a mim neste lamento, nesta leitura nua e crua da realidade, mas, acima de tudo, neste enfrentamento, nesta luta passiva de perseguições, exclusões e perdas, sabendo, contudo, que o Fiel amigo estará ao nosso lado, atravessando conosco águas profundas e chamas ardentes.

Oro para que as nossas prioridades e ordem de valores sejam revistas, ou seja, para que o Senhor Jesus volte a ocupar o devido lugar (o primeiro) em nossas vidas e organizações, para que o Evangelho seja vivido em toda sua intensidade e plenitude.

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