A igreja esta falindo....Jesus precisa voltar

Drama mesmo, não quero pensar por menos. Deixou de ser alvo, para ser uma condição dramática. Deixou de ser a aplicação da vontade de Deus como solução ao ser humano sem rumo, para virar mercado. Mercado não apenas econômico, mas também. Tem as mesmas regras das relações comerciais, só que aplicadas à agregação de outros valores. É uma competição por números que parece não ter limites. A primeira pergunta que se faz a um pastor que se conheceu recentemente ou que foi para uma outra Igreja, é: quantos membros tem a “sua” Igreja? Sua Igreja cresce quanto por ano? Quantos batismos? Se a sua Igreja não cresce deve ter alguma coisa errada! Claro que tem coisa errada! Tem coisa errada com igrejas que crescem, que decrescem ou que não crescem! Tem coisa errada com igrejas conservadoras, carismáticas, pentecostais e neo-pentecostais. Só que a “coisa errada” é procurada só tendo em vista o número de membros. Quase sempre as questões éticas, a ausência de comunhão, formas de cultos, etc, que são parte também das igrejas que crescem, via de regra, são diminuídas, quase esquecidas, até mesmo justificadas, pois afinal, a igreja cresce. Se a Igreja cresce, tem o direito de ter outras coisas, ou de aprender a conviver com determinadas situações, porque afinal, a igreja cresce. Crescimento de igreja passa a ser como quando a gente era criança: quando crescer, sara! Igreja que cresce é como se sarasse de tudo.

Tem muita coisa que a gente não entende neste negócio. Não dá para tomar por base o colegiado apostólico de Jesus, mas é sempre um bom começo. Não se pode justificar que uma igreja deva ficar com doze membros o resto da vida só porque no começo foi assim. Só que a gente não pode esquecer que Jesus também condenou quem o procurava apenas por causa do pão para matar a fome. Também foi o mesmo Jesus que disse que o caminho que conduz à salvação é estreito. É difícil convencer as pessoas de que Jesus é o único caminho. Sei que a melhor coisa seria aumentar a largura da porta, mas não é possível sem que se perca a mensagem central do cristianismo.

Não estou aqui tentando resolver o problema do crescimento da igreja num minúsculo artigo como este. Não tenho esta pretensão. Só não é simples lidar com as expectativas dos próprios membros da Igreja que estão sendo enxovalhados pela competição mercadológica. São muitas vezes pessoas sinceras que não fazem a leitura do que está “por trás” desta discussão que parece interminável. É aí que reside o drama: a frustração por não participar de algo maior; a expectativa de que onde estão poderia ser diferente; quase um sonho de participar de uma comunidade assim. A questão é que o problema é “anterior” ao que pensamos. Passa por expectativas e até mesmo a cultura televisiva de se ver o próximo capítulo, ou ainda de se esperar o terceiro filme da série que certamente terá mais efeitos especiais. Não dá para competir. As comunidades religiosas são sempre superadas por outras, que um dia também serão superadas por outras e assim por diante. A repetição enjoa, cultos iguais, mesmos sermões (senão iguais, parecidos) e pessoas com os mesmos problemas. É melhor procurar um capítulo novo com resultados menos previsíveis.

Algo parece certo: se você acha que a igreja deveria crescer mais, isto pode ser bom. Será bom se o foco de seu pensamento for a paixão pelas almas perdidas, e não pelo simples fato de crescer. Será bom se a preocupação for a de querer ver pessoas regeneradas, salvas, transformadas, vidas refeitas, lares reconstruídos, esperança para os desesperançados. Será ruim se a questão for a de querer ter mais gente, só para se ter mais gente. Só para se ter cultos mais concorridos, templo maior, mais gente para trabalhar e fazer isto ou aquilo. Será ruim se for para dizer do seu ministério para outros. Ministério que deu certo, que você é o melhor pastor ou líder porque pastoreia ou lidera mais pessoas que qualquer outro.

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